Você sabia? SNes Europeu era mais lento e tinha imagem menor

No início dos anos 90 este pequeno detalhe fez todo o continente europeu ficar surpreso por receber um produto inferior. O Super Nintendo foi lançado em 1990 no Japão (com o nome de Super Famicom) e em 91 nos Estados Unidos. Isto criou ainda mais expectativa nos fãs europeus, que receberiam oficialmente o aparelho somente em 92. Vamos explicar de maneira didática porque o Super Nintendo comporta-se de maneira diferente dependendo do modelo utilizado, sem muitos termos técnicos.

Uma das maiores confusões que permeava a cabeça dos habitantes do “Velho Mundo” antes de comprarem um Super Nintendo envolvia os sistemas de vídeo das TVs.

Mesmo com visual completamente diferenciado, o Super Nintendo americano e o Super Famicom são tecnicamente idênticos. Porém, o modelo europeu possui diferenças substanciais perante seus irmãos. Em resumo, o console roda aproximadamente 17% mais lentamente e exibe uma faixa preta no topo e na parte de baixo da tela, enquanto os outros preenchem toda a tela.

Mas então por que o Super Nintendo europeu sofre destes problemas?

Bem, é tudo devido às limitações de algumas TVs britânicas da época. A imagem do Super Nintendo europeu que você vê na tela é atualizada 50 vezes em 1 segundo, seja pelo cabo RF ou Scart. Para adaptá-lo a isto, a Nintendo precisou incluir um modulador em seu aparelho, deixando-o mais lento que o normal. Nem mesmo as músicas escaparam da lentidão.

Os outros consoles são mais rápidos porque passam “menos trabalho” durante a transmissão, uma vez que a imagem exibida na tela é atualizada 60 vezes por segundo, além de suportar a resolução em tela cheia.

Em outras palavras, os proprietários de consoles europeus que possuíam TVs modernas para a época (principalmente aquelas com conexão Scart) fizeram um mau negócio. Algumas TVs já tinham capacidade de exibir jogos na velocidade apropriada, mas o Super Nintendo não permitia isso. Se a Nintendo tivesse colocado uma chave seletora entre 50/60Hz, permitindo habilitar ou desabilitar o modulador adicional, os jogadores europeus poderiam aproveitar melhor seus jogos.

Então, qual sentimento pairou sobre estes usuários? Tudo dependia dos aparelhos eletrônicos que eles estavam acostumado a utilizar. Para aqueles que jogavam no computador Amiga, por exemplo, qualquer SNes parecia impressionante, mesmo com as faixas pretas nas extremidades da tela. Entretanto, aqueles mais moderninhos que já estavam acostumados com aparelhos importados acabavam achando o modelo europeu bem irritante.

Não há apenas uma diferença na tela e no som, mas também em toda a jogabilidade e estratégia empregada.

O Mega Drive britânicos também sofreu exatamente do mesmo problema, chegando a ganhar uma reputação de “modelo para iniciantes“, por tornar os jogos mais fáceis. A única razão para o aparelho da Nintendo não ganhar tal reputação é que os jogos da empresa já eram, em boa parte, considerados um pouco mais difíceis, mesmo mais lentos.

Muitos acreditam até hoje que, para evitar uma importação massiva (muitas vezes até mesmo ilegal), a Nintendo poderia ter adaptado melhor o aparelho para rodar os jogos exatamente como os outros modelos.

Este artigo foi baseado num “desabafo” publicado pelo jornalista britânico Jason Brookes, logo que o Super Nintendo foi lançado.