Drives de disquete da Sega


Este é um breve histórico seguindo a cronologia do eterno desejo da Sega em tentar fazer com que seus consoles tivessem suporte à mídia digital mais popular da época.

Master System Floppy Disk Drive

Parece que, em algum momento, além de ter os tradicionais cartuchos e os Sega Cards, a Sega planejava que o Master System pudesse ler disquetes de 3½ polegadas.

Seguindo a mesma ideia de uso e design, podemos considerá-lo um sucessor espiritual do Super Control Station SF-7000, que era uma base adaptada ao computador SC-3000 (Sega Computer 3000).

O periférico era acoplado na parte de baixo do Master System, mantendo um design em plena harmonia com o estilo do console.

O Master System foi originalmente projetado com este acessório em mente, tendo uma porta de expansão subutilizada na parte inferior do console e furos de montagem remanescentes da compatibilidade pretendida. Algumas versões futuras do aparelho tiveram estes detalhes removidos ou apenas lacrados com tampas.

Embora o disquete tivesse maior capacidade de armazenamento, acarretava num tempo de leitura mais lento e uma maior chance de falhas devido às peças móveis. Além disso, naquela época, em 1986, os disquetes ainda eram caros de serem produzidos em larga escala se comparado ao custo da produção dos cartuchos. No final daquela década o valor se tornaria mais viável, mas já era tarde demais.

Até 1988 a maioria dos jogos de Master System tinha 256kB de tamanho, e posteriormente começaram a ter uma média de 512kB. Ao analisar estes dados, a Sega considerou este tamanho suficiente para os jogos, e não viu mais a necessidade de investir em uma nova mídia com maior capacidade, e nunca foi lançado.


Mega Drive Floppy Disk Drive

Para a versão de Mega Drive, a Sega fez algo mais elaborado e inovador, deixando a cargo da Sony a criação do hardware e dos disquetes em formato proprietário de 2 polegadas (fugindo ao padrão do mercado).

O periférico foi amplamente anunciado, com vários protótipos, apresentações e publicações em revistas. Ele se encaixava na porta de expansão, localizada no lado direito do console.

Protótipos em estágio mais avançado chegaram a receber o texto “FDD” impresso em letras douradas e grandes na parte superior.

O tempo foi passando, e os concorrentes já avançavam para o CD, que era uma mídia muito mais moderna. Como o Mega Drive tinha apenas uma porta de expansão, a Sega precisou priorizar apenas um hardware, pois ambos não poderiam coexistir.

Revendo os detalhes do disquete em formato proprietário, a empresa reavaliou o alto custo de produção, a fragilidade da mídia, o receio de pirataria, e a tendência do mercado. Isso fez com que a Sega acabasse matando de vez o projeto e investindo pesado no leitor de CD em vez de disquetes.


Saturn Floppy Disk Drive

Com o periférico para Saturn (também conhecido por Saturn FDD), a Sega finalmente concretizou seu sonho, tendo um drive de disquete passando da fase de protótipo e sendo lançado no mercado para seu videogame.

Para não repetir os erros do passado, o dispositivo foi projetado para ler disquetes de 3,5 polegadas, considerado o formato padrão do mercado. Foi lançado apenas no Japão em 27 de julho de 1996, por aproximadamente 90 dólares.

O periférico é conectado ao Saturn utilizando a porta de expansão que fica na parte traseira do console, mas requer seu próprio adaptador de energia para funcionar.

Também incluído no pacote está um CD-ROM chamado FDD Operator, que permite gerenciar os arquivos.

Resumidamente, o Saturn FDD atua como um memory card, tornando dispensável o uso da memória interna do console para gravação. Foi um grande advento, sendo que o disquete oferece 50 vezes mais armazenamento.

Apenas 21 jogos possuem suporte oficial com capacidade de se comunicar diretamente com o Saturn FDD. Outros jogos podem ocasionalmente funcionar, mas boa parte nem reconhece o dispositivo. Alternativamente, é preciso utilizar o gerenciador de arquivos FDD Operator para copiar os dados do disquete para a memória interna do Saturn (fazendo com que o leitor sirva apenas como backup).

O drive de disquetes foi planejado desde o início da criação do Saturn, sendo documentado nos kits de desenvolvimento do aparelho e suportado por bibliotecas na sua BIOS.

No entanto, o periférico teve um lançamento tardio, e não recebeu amplo suporte por parte das empresas desenvolvedoras de jogos. Além disso, até a própria Sega omitia o Saturn FDD das listas de periféricos disponíveis.

Por conta do grande fracasso, a Sega precisou lançar um armazenamento externo em formato de cartucho. Foi inicialmente chamado de Saturn Backup Memory, mas ficou conhecido como Back-Up RAM Cartridge nos Estados Unidos e Power Memory no Japão).

Embora não tenha menor capacidade de armazenamento (512kB contra 1,44MB dos disquetes), o cartucho acabou se tornando mais popular e o formato padrão para gravar o progresso dos jogos.


Dreamcast Zip Drive

A saga da Sega perdurou: desta vez tentando fazer um drive de disquetes para o Dreamcast.

A ostentação da época era ter um disquete de alta capacidade como o Zip Disk, formato criado e popularizado pela empresa iOmega.

O Dreamcast Zip Drive chegou a uma fase avançada de desenvolvimento, com preço definido em 199 dólares e programado para ser lançado no ano 2000.

Usuários do Dreamcast clamavam por mais espaço de armazenamento, inclusive para e-mails e sites. Nos primórdios da internet estes serviços na nuvem já eram oferecidos pelos servidores da Sega, mas de forma bem limitada.

Com o dispositivo externo, criado numa colaboração entre iOmega e Sega, seria possível dispor de 100MB também como memory card, guardar atualizações de jogos, e expandir a quantidade de mapas do jogo Quake.

Embora o disquete fosse fisicamente idêntico ao utilizado nos computadores, a versão formatada para Dreamcast não era compatível com o drive para PC (e vice-versa).

O periférico foi projetado para encaixar sob medida embaixo do console, inclusive ocupando parte do espaço que também é encaixado o modem, fazendo com que tenha que ser conectado ao lado do Zip Drive.

Uma porta USB também foi adicionada na parte frontal para incrementar sua utilização e promover o Dreamcast como um dispositivo multimídia.

Infelizmente o aparelho não chegou a ser lançado, tendo seu cancelamento justificado por conta do declínio de popularidade do Zip Drive para PC no ano de 1999 e os altos custos de produção.

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